quarta-feira, 9 de maio de 2012
Minha Mãe
Sob o lençol alvo e transparente do Nazareno descestes da mais alta montanha
Para dar-me a existência suprema.
Fecundaste-me no improvável fecundável.
E do teu seio seco e sem leite desabrochou e gotejou o Cândido alimento.
Tuas mãos cansadas da labuta diária em meios às bacias de roupa
Tinham tempo para me abençoar e afagar ao chegar o pôr do sol.
Velastes o meu sono sem queixumes
Tornando-te cúmplice do calar da madrugada.
Embalaste-me na rede rota, mas envolta de muito amor e carinho.
Caminhaste em terras íngremes para me proteger.
Cavastes água do solo infértil do deserto para eu beber.
Soluçastes o meu choro e fantasiastes o meu sorriso.
Sonhastes com meus passos em paraísos floridos e jamais doridos.
Apresentaste-me o ABC sem ao menos o conhecer.
E gritastes que se a febre me assolasse eras tu que arderias por mim.
Oh! Quanto Amor, quanta proteção, quanta dedicação.
Que só de ti poderia brotar a quem Deus denominou
MÃE.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Eu odeio a gramática
Odeio suas regras
Odeio suas normas
Odeio seus acentos e sufixos
Odeio seus prefixos
Odeio seus sujeitos e predicados
Mas amo seus plurais e adjetivos
Odeio porque preciso e se preciso necessito.
Senão meus poemas ficam sem verbos
Minhas crônicas ficam sem nexo
E as palavras ficam sem sexo.
POR: N. R. B. J
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
sábado, 28 de janeiro de 2012
Eu queria ser poeta para rimar as palavras,
Para brincar com as palavras,
Para jogar com as palavras,
Para cantar as palavras.
Eu queria ser poeta para escrever o meu chorar, declamar o meu sorrir,
E perder-me para me encontrar.
Queria Poder buscar no sol, na chuva e no luar versos para recitar,
Eu queria ser poeta para que um dia as minhas palavras pudessem se imortalizar.
Eu não queria muito nem pouco dessa vida,
Eu queria apenas ser poeta.
POR: N.R.B.J
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Sob a fronte do meu passado carrego a dura realidade do meu presente
Que atormenta a mim e a tanta gente a chaga da minha perfeição
Choro o pranto do meu próprio desencanto que nunca pensei chorar.
Já nada mais posso fazer a não ser enxugar com espinhos o duro e sangrento
Gotejamento que não cansa de me acompanhar.
0h! Saga sofrida que me alegra e me alivia o fardo que a mim se faz leve
Por ser com muito amor a causa dessa nobre dor que me faz suportar.
POR: N.R.B.J
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
De repente abri a janela do meu passado
De repente olhei os meus erros
De repente fiquei pasmada.
De repente me vi no presente
De repente olhei os meus erros
De repente fiquei pasmada.
De repente olhei o meu futuro
E não vi,
Aí fiquei pasmada.
De repente. . .
Não vi mais uma janela.
Por: N. R. B. J
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Brincando de roda
Pulando de corda
Saltitando a vontade
Sorriso traquino
Correndo do cinto
Da Mãe-Avó.
Menina danada
Sapeca
Levada
Que infância querida
Viveria em outras vidas
Correndo na vila
Dançando quadrilha
Beijando de mentira
Jogando amarelinha
Descalça na chuva
Feliz a cantar
Alegre a bailar
Que infância querida
Eu pude contar.
POR: N.R.B.J
sábado, 21 de janeiro de 2012
Noite
A noite já não dorme mais como outrora,
Hoje as noites não têm, mas o mesmo sono.
O que houve noite contigo?
Diga-me para que eu cante para ti uma cantiga de ninar.
Quero te embalar em meu colo e fazer-te sonhar.
Dorme noite, dorme, pois amanhã já será dia e tão
Jovem serás, até o pôr de o sol chegar.
Por: N.R.B.J
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Pôr do sol
Já entardeceu e vou-me pôr
Depois de mais um dia de raiar
Há muitos que vão de encontro a mim para me contemplar
Amantes que se declaram sob a luz do meu olhar
Partidas e chegadas que me fazem testemunhar
Sentimentos que ajudo a desvendar
E de conselheiro chegam até a me chamar
Mas já é tarde e tenho de partir, pois
O mar me espera
A lua abre sua janela
Para me ver chegar
Deito-me com um brilho cintilante da noite
Que está pronta para despertar
Mas amanhã eu volto
Só para ir-me novamente
E ver um brilho renovado em teu olhar.
Por: N.R.B.J
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Doce pranto
Às vezes sugo do meu pranto calado o sustentar do desencanto
Da múrmura de minha alma o grito que apela o saciar
Conte-me pranto sangrento a delicia de te ver passar
Da agrura áspera que o intento tempo teima em se agarrar
Oh! Voz amena daí a minha alma o despertar em tempestades calmas
O sossego de um ser que em prantos recorre apenas para amar em calmaria
A tempestade que se ver passar.
POR: N.R.B.J