quarta-feira, 9 de maio de 2012

Minha Mãe

Minha Mãe
Sob o lençol alvo e transparente do Nazareno descestes da mais alta montanha
Para dar-me a existência suprema.
Fecundaste-me no improvável fecundável.
E do teu seio seco e sem leite desabrochou e gotejou o Cândido alimento.
Tuas mãos cansadas da labuta diária em meios às bacias de roupa
Tinham tempo para me abençoar e afagar ao chegar o pôr do sol.
Velastes o meu sono sem queixumes
Tornando-te cúmplice do calar da madrugada.
Embalaste-me na rede rota, mas envolta de muito amor e carinho.
Caminhaste em terras íngremes para me proteger.
Cavastes água do solo infértil do deserto para eu beber.
Soluçastes o meu choro e fantasiastes o meu sorriso.
Sonhastes com meus passos em paraísos floridos e jamais doridos.
Apresentaste-me o ABC sem ao menos o conhecer.
E gritastes que se a febre me assolasse eras tu que arderias por mim.
Oh! Quanto Amor, quanta proteção, quanta dedicação.
Que só de ti poderia brotar a quem Deus denominou
MÃE.